Huaraz é
um lugar ainda bem pouco explorado por brasileiros, mas aos poucos vai ganhando
as redes sociais e facilmente fazendo a cabeça dos viajantes com suas lagunas
azul turquesa, para as quais você certamente já correu os olhos na foto logo
abaixo, antes mesmo de finalizar a leitura desta frase.
Localizada no norte peruano, Huaraz, é uma cidadezinha bem tranquila, onde pudemos passar um dia todo nos aclimatando, afinal, está há 3.000 metros de altitude, e foi ótimo, porque além disso, pudemos conhecer um pouco da cidade e explorar um pouco da sua gastronomia e apreciar o seu folclore, já que chegamos bem no aniversário da cidade.
Mas antes de contar como foi, vamos esclarecer como chegamos lá!
Nosso voo do Brasil, chegava em Lima as
09:20h da manhã e eu queria partir para Huaraz no mesmo dia. Compramos as
passagens antecipadamente pelo site da empresa Cruz del Sur, e como já tinha os
comprovantes em mãos, fui direto para a estação Javier Prado (que eu achei a
mais próxima do centro), e deixamos nossas malas no guarda volumes (na estação
Plaza Norte, que parecia uma rodoviária, inclusive com guichês de outras
empresas, também havia locker, mas era pago a parte), e nos dirigimos para o
centro. Usamos o Uber para todos os nossos translados em Lima, sempre mais barato que fechar no táxi, e como estávamos com a internet ilimitada da Easysim4U, podíamos chamar de qualquer lugar (sempre tenho cupons de descontos, se precisar chama lá no instagram @caminhosdaju)!
Muitas pessoas perguntaram se é melhor comprar as passagens antecipadas, e eu digo que para mim foi! Foi porque como eu pretendia viajar no mesmo dia, não quis arriscar levar um não na hora de comprar lá. E foi mais viável, logisticamente, pegar um Uber no aeroporto e ir para lá direto para o guichê de guarda-volumes. Passeamos o dia todo em Lima, e umas 20:30 partimos para a estação para comer antes de viajar. Lá dentro tem um café, mas achei o "DOG" da frente bem mais interessante.
Muitas pessoas perguntaram se é melhor comprar as passagens antecipadas, e eu digo que para mim foi! Foi porque como eu pretendia viajar no mesmo dia, não quis arriscar levar um não na hora de comprar lá. E foi mais viável, logisticamente, pegar um Uber no aeroporto e ir para lá direto para o guichê de guarda-volumes. Passeamos o dia todo em Lima, e umas 20:30 partimos para a estação para comer antes de viajar. Lá dentro tem um café, mas achei o "DOG" da frente bem mais interessante.
Já acomodados no ônibus, com
cobertinhas, lanchinho (uma bebida quente, um pãozinho e um bolinho) e fones de
ouvido, partimos rumo a Huaraz. A viagem é longa, dura até as 6:30. Para a ida,
eu comprei o assento VIP, aqueles primeiros, para chegar lá vendo a vista, mas não compensou, porque acordei com o ônibus quase estacionando e não dava para
ver nada.
Comprar os passeios de Huaraz antecipadamente pagando uma fortuna, é totalmente desnecessário. Logo que você desce do ônibus, alguns donos de agências já estão á para te oferecer passeios. Eu preferi ir para o meu hostel e ver a quanto saia o passeio por lá, pois já havia visto que eles tinham agências parceiras para os passeios, e fiz um ótimo negócio! Consegui fechar 3 passeios, por 40 soles cada (07/2018). Os passeios que fechei no hostel são realizados pela Mony Tours. Os guias foram todos muito prestativos. O Noel, que nos guiou até a Laguna 69, deu apoio total a todo o grupo, não deixando ninguém pra trás. Ficava de olho na galera. E a Gina, nos deu toda a explicação sobre os acontecimentos em Yungay, com uma riqueza incrível de detalhes. Gostei muito do trabalho deles!
Nós ficamos hospedados no Cayesh
Guest House . Reservamos um quarto privado, café da manhã e banheiro.
Era bem simples, mas era limpo, tinha um café da manhã bem gostoso, havia coberta suficiente e principalmente água quente (que
no frio faz uma baita diferença)! A dona do Hostel, foi extremamente solícita
com a gente. O café da manhã era servido com rapidez (o que conta muito para
quem tem hora marcada pra sair com o tour).
Agora vamos a nossa programação:
1°dia - a cidade de Huaraz: Esse dia,
utilizamos para aclimatação. Não subestime a altitude, e se possível,
apenas passeie tranquilamente. Nosso check-in era apenas as 11h da manhã, então
deixamos nossas malas no hostel, e seguimos para o centrinho. Procuramos um
lugar para tomar café, mas a maioria dos lugares estava fechado, e mais tarde
descobrimos que era feriado de aniversário da cidade. Encontramos uma espécie
de padaria, e tomamos um cafezinho quentinho com alfajores e pão de maiz (um
tipo de milho). Depois de alimentados, começamos a caminhar pela cidade até a
Plaza de Armas.
Sentamos em um banco e começamos a observar o movimento da praça. Em seguida já foi hasteada a bandeira, e iniciaram as apresentações de danças folclóricas Katzua.
Sentamos em um banco e começamos a observar o movimento da praça. Em seguida já foi hasteada a bandeira, e iniciaram as apresentações de danças folclóricas Katzua.
Fomos para o hotel para tomarmos um bom
banho e saímos para almoçar. Há uma rua chamada Jr. José Olaya, e aos domingos
servem todas as comidas típicas da região. Nós experimentamos a
"Pachamanca", que é uma refeição toda especial desde o preparo,
cozida embaixo da terra, composta por 3 tipos de carne (geralmente cordeiro,
frango e porco), vegetais, milho, batatas e umas "humanitas", que são
umas espécies de pamonhas que se come no peru, com recheio de frango.
Aproveitamos também para provar a Chicha Morada! Estava tudo muito saboroso e
bem preparada, e o melhor: com preços extremamente acessíveis!
Dali seguimos em direção a Plaza de
Armas novamente, pois é lá o point da cidade. Decidimos conhecer outras ruas da
cidade, e descobrimos um enorme "Mercado Municipal", que estendia seu
comércio pelas ruas. A maioria eram comerciantes mulheres, com seus trajes
típicos que inicialmente chamei carinhosamente de "Cholitas", mas
depois descobri que elas não gostam de ser chamadas assim, pois consideram
pejorativo. Passeamos também pelas feirinhas de artesanatos, onde adquiri a
minha caneca peruana (eu sei que era o primeiro dia, mas ela me encantou!)
Neste dia, comemos apenas um lanchinho
antes de voltar para o hotel a noite, pois almoçamos tarde. Então, hora de
descansar e ajeitar as coisas para o passeio do dia seguinte!
2° dia - Laguna Paron: Acordamos bem
cedinho, tomamos tranquilamente nosso café da manhã e logo o rapaz da agência
veio nos buscar par irmos a Laguna Paron!
Foram aproximadamente 2 horas de estradas e curvas, muitas curvas! Pagamos os 10 soles para entrar no parque (que nenhuma agência inclui no passeio), e a van para em um ponto onde tem banheiros e até alguns peruanos vendendo comida local, que falaremos mais adiante.
Foram aproximadamente 2 horas de estradas e curvas, muitas curvas! Pagamos os 10 soles para entrar no parque (que nenhuma agência inclui no passeio), e a van para em um ponto onde tem banheiros e até alguns peruanos vendendo comida local, que falaremos mais adiante.
Para os menos
"atléticos", há a opção de ir até a laguna, e mais para a direita,
tem um pequeno mirante que permite muitas fotos com a laguna ao fundo. Também
tem alguns barquinhos lá para que você possa passear pela lagoa.
Para os mais preparados
fisicamente, o objetivo é o mirante a 4.200 metros de altitude! É uma
subidinha, uma caminhada de aproximadamente 40 minutos. Como foi nossa primeira
trilhinha na altitude, senti um pouquinho, mas finalizei com sucesso! E a
chegada??? Um UAU atrás de outro UAU!!! Eu tinha que escolher entre respirar,
chorar de emoção ou agradecer por esse prazer incomensurável de estar ali vendo
aquela enorme laguna azul turquesa!
A Laguna Paron, é a
maior laguna da Cordilheira Blanca, nos Andes peruanos, e tem como moldura,
picos nevados como o Artensonraju (notaram a semelhança entre ele e o slogan da
Paramount?rs tá, eu sei... estava bem nublado!), e é uma ótima trilha para quem
quer se aclimatar para outros passeios com maior grau de dificuldade!
Depois de descer, fomo
até a beirinha do lago para fazer mais algumas fotinhas....
E chega a hora boa,
hora de comer! Experimentei o "Cachanga", uma espécie de pão que eles
preparam e fritam na hora, e experimentei também o cuy ao ají, ou seja,
porquinho da Índia com pimenta e papas (claro, porque lá tudo tem papas!). Eu
achei o cheiro bem melhor que o sabor, mas depois experimentei em outros
lugares e apesar de ter pouca carne, até que é gostosinho!
A noitinha,
aproveitamos para saborear um delicioso arroz de chaufa com pollo a la brasa!
Que sabor incrível! Um prato que serviu 2, por apenas 10 soles! Não era um
restaurante turístico, e isso foi o que mais me conquistou!
3° dia - Laguna 69: O sol ainda nem
havia pensado em dar o ar da graça, e lá já estávamos nós, as 4h da matina, com
o frio da madrugada surrando nosso rosto, mas com um sorriso enorme e o coração
pulando de alegria!
Foram 2 horas e meia até chegarmos a um restaurante para tomarmos café e depois seguimos para a entrada do Parque Nacional de Huascaran. O passeio havia custado 40 soles, e precisamos pagar mais 30 soles pela entrada no parque (esse era o valor para estrangeiros, peruanos pagavam apenas 10).
Foram 2 horas e meia até chegarmos a um restaurante para tomarmos café e depois seguimos para a entrada do Parque Nacional de Huascaran. O passeio havia custado 40 soles, e precisamos pagar mais 30 soles pela entrada no parque (esse era o valor para estrangeiros, peruanos pagavam apenas 10).
Antes de chegar ao início da trilha, ainda fizemos mais uma parada bem rapidinha na Laguna Chinancocha. Aquele sol lindo deixou a água muito turquesa! Uma beleza natural que emociona! A parada é muito rapidinha, por isso fizemos um passeio próprio para curtir um pouquinho mais essa Laguna.
Mais uns minutos e chegamos ao início da trilha. Chegar a linda Laguna 69 é um tremendo desafio! São 7km de ida, atingindo 4.600 mts de altitude e mais 7km de volta! A princípio, parece tranquila, com aquela paisagem que vai enchendo os olhos, mas aos poucos a altitude vai subindo e o ar vai faltando. As pernas latejam, os passos não rendem e os pulmões precisam trabalhar dobrado!
Claro que essa foi a nossa visão, pois haviam na trilha inúmeros europeu que pareciam estar numa caminhadinha tranquila, enquanto passavam por nós com suas longas pernas! Mas vamos lembrar que eles estão super acostumados a ir para as montanhas, então estão super aclimatados!
Por várias vezes, nos
perguntamos se seria possível concluir esse desafio, ou se seria mais seguro
dar meia volta. Antes de decidir, é preciso fazer uma auto avaliação, pois
temos que respeitar os limites do nosso corpo. Eu estava bem, mas Rolands nem
tanto e pensou várias vezes em parar.
Teve um pouco de mal de altitude, um pouco de dor de cabeça e consequentemente um "embrulho" no estômago, mas nada que atrapalhasse, ainda mais que estávamos no finalzinho, além disso, a vontade de chegar ao nosso objetivo era tanta que tirávamos forças do fundo de nossos corações e tudo foi recompensado por aquele lindo azul turquesa bem diante de nossos olhos!
Teve um pouco de mal de altitude, um pouco de dor de cabeça e consequentemente um "embrulho" no estômago, mas nada que atrapalhasse, ainda mais que estávamos no finalzinho, além disso, a vontade de chegar ao nosso objetivo era tanta que tirávamos forças do fundo de nossos corações e tudo foi recompensado por aquele lindo azul turquesa bem diante de nossos olhos!
4° dia - Quebrada Llanuco: O passeio
desse dia, era para ser o mais curto, pois era o dia de ir embora no ônibus das
22:30h rumo a Lima. Mas não foi bem assim... Não atrapalhou em nada, mas isso é
porque nosso horário não estava apertado. Saímos de Huaraz por volta de 9:30h e
fizemos uma parada em Carhuaz, onde conhecemos a linda igreja de Nossa
Senhora de La Mercedes e a Plaza de Armas, e aproveitamos também para
experimentar alguns sorvetes artesanais (o de chirimoya e o de Mani eram os
melhores!!!).
Depois disso, fizemos uma parada em Yungay, uma cidade que foi soterrada por uma avalanche, causada por um terremoto. Essa parada foi de grande valia para reflexão e para nos lembrar que temos que dar valor a nossa vida. Me coloquei a imaginar como aqueles segundos devem ter parecido horas. Para contar essa história com maiores detalhes, eu vou escrever um post completo sobre isso.
Seguimos para a Laguna Chinancocha, pegando aquela mesma estrada do outro dia. Muitas curvas montanha acima, naquele filete de estrada encravada no vale. Passamos pela portaria do parque (+ 30 soles) e finalmente chegamos a linda Laguna Chinancocha! Mas espere... cadê o sol que estava escaldante há apenas alguns minutos atrás??? Caiu uma chuva! Tivemos apenas alguns minutinhos para tirar algumas poucas fotos, e logo a água veio, mas veio com vontade, e pudemos apenas observar de longe. É isso mesmo gente, a natureza é que manda!rs Esses poucos minutos, foram muito bem aproveitados e conseguimos fazer lindas fotos e pasmem, nesse dia a laguna estava com uma cor diferente do dia anterior!
Há também a opção de
sair passeando em um dos barquinhos que são oferecidos, e eu queria muito fazer
esse passeio, mas tem uma filinha pra enfrentar. Vou ficar devendo o valor,
pois prevendo a chuva, não quis perder tempo por ali.
Dali, nosso ônibus
parou em um restaurante que servia comidas típicas peruanas. O lugar era bem
rápido, e a comida muito saborosa! Nós provamos a sopa de galinha e o coelho e
não nos arrependemos!
Saindo de lá fizemos
uma breve parada em um loja de doce de leite (muito bom!) e também em um centro
de artesanato (preços são acessíveis), onde o pessoal fez
uma demonstração de fabricação de uma jarra de barro e explicou como é o
processo.
Rumamos de volta a
Huaraz, passamos no hotel para pegar nossas malas (que a Mary, dona do Hostel
Cayesh guardou pra gente!), e enquanto aguardávamos o horário do nosso
ônibus, mais uma vez fomos ao Pub "El Tío Enríque"!
Comida estilo alemã deliciosa e várias cervejas maravilhosas, sem contar na
simpatia do pessoal e do próprio Tio Enrique, que prepara as salsichas ali
mesmo tomando uma gelada com o pessoal!
No horário marcado, nosso ônibus partiu em direção a Lima. Me acomodei em minha poltrona e me despedi daquela cidade que tanto me impressionou por sua beleza e por sua hospitalidade, desejando que aquele não fosse um Adeus, mas sim um Até Breve!
PS.: Me desculpem por tantas fotos, mas fiquei sem maturidade para escolher apenas algumas desse lugar, que eu considero um dos mais lindos que já estive! Muito obrigada Huaraz!