Ainda era cedo, mas
a escuridão já tomava conta das estradas da cidade de Kayenta. Dentro do carro
estava quentinho, mas o termômetro já denunciava o frio cortante do lado de
fora. Como relatado no post de Arches National Park, estávamos com medo
de pegar a estrada a noite. Na verdade estávamos com medo de pegar neve na
estrada a noite. Ainda eram 18:30 e já não era mais possível conseguir ver mais
que alguns metros da estrada a nossa frente... Confiávamos totalmente em
nosso GPS do celular, utilizando o modo off line. Ali, marcava poucos km
de nosso hotel, mas quando olhávamos pra frente, nada se via, nem uma
lâmpada acesa, nem um sinal de que havia mais do que deserto por ali. Confesso
que isso causava uma certa agonia, mas era preciso manter o foco. Mais 2 km, e
começamos a ver lá no fundo, perdido no meio do nada algumas luzinhas, e
então dentro de poucos minutos, começamos a avistar o movimento de nosso
hotel, que ficava dentro da reserva indígena dos Navajos. Após muito
pesquisar, decidimos investir um pouco mais e passar a noite no famoso Hotel
The View. Era maravilhoso! Quarto espaçoso, cama enorme
(aliás, 2 camas!), limpinho, staff super cordial, com direito a
cafeteira no quarto! Mas o que eu mais esperava mesmo, era ver a linda
vista que o hotel oferecia! Fizemos check-in, joguei minhas coisas no quarto,
corri pra sacada pra ver as montanhas que tanto sonhei e o que eu
vejo?????? Nada! Nada além de um lindo céu estrelado e o negrume da
noite! Você pode pensar que eu fiquei frustrada, mas meu coração sabia
que elas estavam lá, e era como se eu realmente pudesse vê-las! Fomos
jantar no restaurante do hotel. Pra dizer a verdade, não sei se foi nossa
escolha, mas nem o meu prato nem o do Rolands estavam bons. Eu pedi
búfalo wings, e algumas estavam meio cruas demais pro meu gosto, mas as
que estavam cozidas tinha um gosto bom! O Rolands optou pela sopa, por causa do
frio, mas não gostou. Outra coisa interessante, é que na reserva indígena não é
permitido o comércio de bebidas alcoólicas, então o vinho e a cerveja que eles
tem é sem álcool, mas é ruim demais, e não é só pelo fato de não ter álcool, o
gosto é ruim mesmo!rs Então fica a dica: tome suco ou água...rs. Ficamos ali no
hall no hotel alguns minutos pra poder usar a internet (falar com a família,
postar fotos, etc), pois nos quartos não tem wi-fi.
Pilastra no hall do hotel |
O sol ainda nem havia
pensado em nascer, e eu já pulei da cama na maior empolgação, pois queria
fotografar o sol nascendo atrás das lindas montanhas de Monument Valley!
Levantei, fiz um café no nosso quarto, preparei meu equipamento fotográfico,
coloquei uma blusa quentinha e fui pra varanda. Ainda estava escuro. O chão
estava muito gelado e mesmo com meias, sentia meus pés queimar no chão.
Posicionei minha câmera, meu celular e com meu café quentinho em mãos, me
sentei na varanda e esperei. Então, como num passe de mágica o sol começava a
se revelar e já era possível ver as montanhas.
É muito difícil descrever com
poucas palavras a sensação que tive nesse momento. É como se o corpo todo
gritasse em agradecimento por estar vivendo essa experiência. É de uma emoção
sem igual. Fiquei ali, registrei tudo, conforme vocês podem conferir, e então
me permiti apenas curtir aquela obra divina. Quando o dia já estava claro, o
Rolands apareceu na sacada e ficamos ali uns minutinhos.
E eu nunca me cansava de olhar pra essa linda paisagem |
Aproveitei e fiz um vídeo tb!!!
Hora de tomar café
da manhã! Ao contrário do jantar “cilada” (rs), o café da manhã foi
maravilhoso! Os garçons como sempre muito educados. Pagamos 16 dólares, com
tudo que tinha no buffet a vontade, sucos, bolos, pães, frutas e você ainda
podia pedir linguiça, ovos mexidos ou bacon, que eles traziam quentinho na
mesa! Valeu muito a pena, visto que era o dia do nosso passeio a cavalo, e
sabíamos que voltaríamos tarde. Já deixamos nossas malas prontas pra partir
assim que voltássemos. O nosso passeio a cavalo foi reservado e pago ainda no
Brasil. Escolhemos a empresa Black's Hiking, Jeep Tours and Trail
Rides para nos acompanhar nessa aventura. Eles tem passeios
privados, mas o custo é muito alto, então escolhi um passeio no qual eu seria
inserida num grupo de no máximo 8 pessoas, duração de 2horas e meia, no valor
de 100 dólares. Digamos que no frio, não tem muita gente disposta a cavalgar,
então o passeio virou privativo (UHUUU!!!). Jedan, nosso guia, um nativo, selou
os cavalos, e nos perguntou sobre nossa experiência em cavalgadas. Como a gente
já “manjava” do assunto e era só a gente, fizemos um trajeto um pouco mais
amplo. Quando montei o cavalo e me vi cavalgando pelas terras de John Way, algo
muito estranho aconteceu comigo. Um sentimento de felicidade me invadiu por
completo e a partir desse momento eu não consegui mais tirar o sorriso do
rosto! Foi maravilhoso 25 vezes!!! Aproveitei a simpatia de nosso guia e
perguntei pra ele sobre sua cultura, a língua, os costumes, comida, enfim
terminei o passeio quase uma "navajo", com direito a galope e grito
de guerra no final!
Eu, o carro congelado e Mr Bill, the Bull (lembrança de Fort Worth) |
Tipo John Wayne |
Esse é o melhor angulo de todos os passeios: entre as orelhas de um cavalo |
Devolta
ao hotel, check out realizado, aproveitei os últimos minutos pra tirar as
últimas fotos, enquanto meus olhos se orvalhavam, e eu deixava aquele lindo
lugar, onde vivi momentos tão intensamente felizes e gratificantes, já pensando
em voltar!
Próxima parada: Zion Nationa Park!
Se precisar de alguma dica, hotel ou até pitaco, é só deixar nos comentários!
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