A primeira decisão a ser tomada por quem deseja visitar a Bolívia, é quanto ao período do ano em que deseja fazer essa viagem. Se prefere ir na época da seca, quando é possível visitar um número maior de pontos turísticos durante o passeio ou se irá na época da chuva quando temos uma linda visão do deserto de sal alagado criando o efeito espelho d’água, e diga-se de passagem, é uma das coisas mais espetaculares que eu já vi na vida!
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A natureza nos encanta com suas surpresas. Mas vamos começar do início...
O ideal é ficar pelo menos 10 dias na Bolívia para que se possa fazer a travessia Uyuni x Atacama com tranquilidade, aclimatar-se, conhecer os pontos da cidade, percorrer os interessantíssimos mercados, andar no teleférico e nosso caso, fazer a descida de bicicleta pela rodovia da morte! Porém não tínhamos todo tempo disponível, tínhamos apenas seis dias. O jeito foi encaixar o que dava em seis dias viagem, então decidimos pelo seguinte roteiro:
Dia 1: Chegada em La Paz a noite
Dia 2: Aclimatação, passeio por alguns pontos da cidade e partida para Uyuni a noite
Dia 3: Salar do Uyuni e volta para La Paz a noite
Dia 4: Passeios por La Paz
Dia 6: Rodovia da Morte
Dia 7: Volta para casa, com escala em Cochabamba
Havia 3 coisas muito importantes para mim e que eu não poderia deixar de conhecer quando decidi ir para a Bolívia: Salar do Uyuni, descida de bike na Rodovia da Morte e claro, o contato com a cultura local, que para mim é indispensável em todos os meus destinos.
Quando vamos para uma cidade de altitude elevada, o fator aclimatação é de extrema importância. Considere passar o primeiro dia apenas passeando pela cidade, sem grandes esforços no primeiro dia. La Paz fica a 3.700 metros de altitude do nível do mar, e para nós que vivemos muito próximos a praia, o impacto é grande.
Quando chegamos, o sentimento de cansaço mesmo quando estamos parados é inevitável.
Quando chegamos, o sentimento de cansaço mesmo quando estamos parados é inevitável.
Fizemos um tranquilo voo entre São Paulo e Santa Cruz de la Sierra e depois de Santa Cruz de La Sierra a La Paz. Ao chegar no aeroporto, chamamos um Uber, já que graças a @easysim4u tínhamos internet ilimitada para usar na Bolívia. Mesmo sendo tão tarde da noite havia um trânsito inimaginável! Eu não sabia que La Paz tinha um trânsito tão caótico. Chegamos ao hotel Cruz de Los Andes, onde passamos nossa primeira noite, tomamos um banho e já fomos descansar. O hotel estava muito bem localizado, contava com um café da manhã bem gostoso e o principal: chuveiro quentinho, que faz toda diferença quando se viaja para lugares frios. O que mais me chamou a atenção no Cruz de Los Andes, foi a decoração.
Em suas paredes haviam pinturas que davam o efeito de 3D e nos encantava a cada cômodo, inclusive no restaurante.
O café da manha era farto e delicioso.
Frutas, geleias, queijos, pães, café, sucos e claro, chá de coca a vontade.
No alimentamos bem, porque passaríamos o dia na rua, então quanto menos comer na rua nos primeiros dias, melhor, pois assim como o pulmão precisa se aclimatar com a altitude, o sistema digestivo também precisa se acostumar com as “novidades” e funciona como a aclimatação da altitude, uns passam mal com a alimentação, outros não.
No primeiro dia na cidade de La Paz, nos dedicamos a árdua tarefa de aclimatação. Então, nossos planos se resumiam em andar pela cidade, fechar os passeios e conhecer um pouquinho da cultura local, já que era carnaval. A agência que escolhemos para fechar os passeios, ficava bem pertinho do hotel e lá seria nossa primeira parada. Já havíamos trocado algumas mensagens com uma pessoa de lá, mas não fizemos nenhum pagamento adiantado. Eis que no curto trajeto entre nosso hotel e a agência, passamos por uma das estações do famoso teleférico e já marcamos o local, pois esta era uma das atividades que faríamos. Eis que no curto trajeto até a agência, eu sinto um cheiro maravilhoso (de comida, obvio) e quando vi uma pequena banca vendendo um salgado que parecia uma empanada, rodeada de muitas pessoas (sinal de que o produto é bom!), não resisti e me aproximei, comprei um salgado daqueles.
Era simples, mas de comer rezando! Mas espera, você não disse que era bom evitar de sair comendo de tudo logo no primeiro dia? Sim! Eu disse, mas não resisti! Sorry! Graças a Deus não passei mal, senão ia dar ruim!
Continuamos nosso trajeto até a agência. Lá fechamos o passeio até o Salar de Uyuni que partiria neste mesmo dia, a descida de bike na rodovia da morte e já que os mercados estavam fechados neste dia (era domingo) compramos ingresssos pra assistir o “Cholitas Wrestling”, que imaginávamos que seria como uma MMA das cholitas, mas descobrimos que era bem humorístico (eles adoram, eu não curti). Deixamos as mochilas ali mesmo na agência e saímos para explorar.
Meu principal objetivo na cidade era aproveitar este dia para conhecer os mercados, pois em La Paz tem vários muito interessantes, porém, como era domingo, estavam fechados.
Então fomos direto para o Mirador Killi Killi. Morro acima e alguns degraus que parecia que não acabaria nunca, chegamos ao mirador, de onde se via a cidade toda, de todos os ângulos, inclusive dava pra ver várias montanhas lindas com seus picos cobertos de gelo, foi quando eu tive a ideia genial de voltar lá pra escalar o Potosí!
Descemos em direção a cidade e a população estava preparando algumas ruas para uma espécie de desfile de carnaval. Enquanto isso, crianças e jovens se divertiam horrores em uma verdadeira guerra de espumas! Estavam todos bem paramentados com óculos, espumas em spray, armas de água com sabão e alguns usavam até capa!!!
Conseguimos desviar da maioria dos jatos de água e sabão e entramos em um pequeno restaurante que fora muito bem recomendado em alguns blogs, o Angelo Colonial. Comidinha gostosa, rápida e preço justo. Eu não poderia deixar de comer os bifes de lhamas, já que por aqui não temos esse prato.
Já satisfeitos pelo almoço, fomos para a praça em frente a Basílica de San Francisco, onde ficamos por um tempinho observando as pessoas, e descansando um pouquinho.
Nos dirigimos novamente para a agência, onde uma pessoa foi nos buscar para irmos assistir ao MMA das Cholitas. Acho importante informar que as mulheres na cidade, ainda que com trajes típicos não gostam de ser chamadas de cholitas, pois consideram pejorativos.
Algumas paradas para pegar mais alguns turistas e la chegamos nós a um tipo de ginásio onde havia um ringue montado e ocorria as apresentações.
Ao final do show, nos encontramos com o ônibus e partimos rumo a cidade já desembarcando no terminal rodoviário para pegar o ônibus até Uyuni. Pontualmente às 9 horas embarcamos no ônibus rumo à cidade de Uyuni. É incrível como eu tenho a capacidade de deixar um pedacinho do meu coração nos lugares onde visito! Conhecer o salar do Uyuni já era uma vontade incontrolável. Finalmente conseguimos realizar mais este sonho! Foi um plano bem ousado: viajar a noite, fazer o tour de um dia ao salar e viajar a noite devolta a La Paz, mas valeu todo o esforço, e se tivesse que fazer denovo, eu o faria com um largo sorriso no rosto!
Era um ônibus leito que garantia um pouquinho mais de conforto. Um tempo depois foi servido um jantar (arroz, frango e alguns legumes), porém tivemos que comer no escuro. Depois de muito sacolejar, chegamos às 5 horas da matina em Uyuni onde uma representante da agência nos esperava com uma plaquinha com nossos nomes. Fomos encaminhados a uma cafeteria, onde tomamos um farto café da manhã (que não estava incluso no passeio mas com preços acessíveis e várias opções), depois aproveitamos para dar uma revigorada tomando um “meio banho”, tirando a roupa suada, penteando o cabelo (passei até batom!) e caprichamos no indispensável protetor solar!
Demos uma voltinha na cidade até o horário de ir para a agência que era o ponto de encontro para seguir nosso tour. Como já mencionei, não haveria tempo de fazer a travessia, então optamos por fazer o passeio de um dia. Achei que valeu muito apena. O corpo cansa um pouco sim, mas o coração vem levinho, levinho!
Em nosso carro, junto com a gente, foram mais dois casais. A primeira parada foi no cemitério de trens que nos rendeu lindíssimas fotos tendo como cenário um lindo céu azul com apenas algumas nuvens e muitas oportunidades de boas fotos.
Era um sobe e desce que não tinha por onde, o que eu só fui notar com a dor nos braços no dia seguinte.
Foi uma parada de 40 minutos. O Cemitério de Trens faz parte de praticamente todos os tours que passam pelo Salar de Uyuni.
Algumas pessoas podem até dizer que não passa de um ferro velho com maquinas ferroviárias abandonadas e enferrujadas pelo tempo, mas é exatamente isso que dá a graça do lugar!
Dali seguimos para o povoado de Colchani onde havia muitas barraquinhas com artesanato feito de sal.
Essa era nossa parada do almoço que já estava incluso no passeio, onde foi servido uma porção de quinoa no lugar do arroz, um bife respeitoso de carne de vaca, brócolis, cenoura, batatas cozidas, água e coca-cola. Sim sempre a coca-cola acompanhava. Demos mais uma voltinha por ali e seguimos rumo ao tão esperado Salar. De longe já começava a nos impressionar. São 10.500 quilômetros quadrados de um deserto branquinho e nesta época (início de março) alagado em muitos pontos que lhe proporcionava uma beleza ainda maior.
Um ponto de parada muito interessante, é o monumento do Rally Dakar, que até 2008 foi conhecido como Paris-Dakar. O monumento do Rally Dakar localizado no salar do uyuni é parada obrigatória durante o seu Tour pela região! Construído de Sal, o monumento representa a passagem do RALLY DAKAR pelo deserto de UYUNI.
Ao longo dos anos, boa parte das edições consistiu em um trajeto (que variava ano a ano) entre Paris e Dakar. E seria assim ainda hoje se, em 2008, a prova não tivesse sido cancelada um dia antes de começar devido a ameaças de atentados terroristas por militantes da Al-Qaeda, que prometeram atacar os competidores em sua passagem pela Mauritânia, na África. Sendo assim, no ano seguinte, a organização do Rally decidiu transferir a corrida para a América do Sul, em uma rota que saía de Buenos Aires, passava por diversas cidades na Argentina, Chile, e Bolivia e voltava para Buenos Aires. Desde então, todas as provas aconteceram em uma variação deste trajeto, para a alegria de fãs de rali da América do Sul!
Mais um cartão-postal de Uyuni, é uma praça que está no meio do Salar e é muito popular para fotos. Fica bem ao lado do Hotel de Sal.
Ali estão fincadas bandeiras de diversos países e de times de futebol, representando os turistas que já passaram por ali.
O ponto alto da viagem é sem dúvidas o Salar!
Uma planície coberta por 10 bilhões de toneladas de sal e que curiosamente muda de aparência a cada visita em diferentes meses do ano variando de um espelho que reflete o céu durante o verão a uma paisagem totalmente branca no resto do ano.
O Salar de Uyuni é, simplesmente o maior deserto de sal do mundo. Localizado na Bolívia, a 600 quilômetros de La Paz e a 3.600 metros de altitude, o lugar é um dos maiores atrativos do país e é formado por crostas espessas de sal, da evaporação de lagos pré-históricos da região.
Não poderíamos deixar, em hipótese alguma de nos divertir fazendo inúmeras fotos que criam perspectiva dando asas à imaginação.
Uma planície coberta por 10 bilhões de toneladas de sal e que curiosamente muda de aparência a cada visita em diferentes meses do ano variando de um espelho que reflete o céu durante o verão a uma paisagem totalmente branca no resto do ano.
O Salar de Uyuni é, simplesmente o maior deserto de sal do mundo. Localizado na Bolívia, a 600 quilômetros de La Paz e a 3.600 metros de altitude, o lugar é um dos maiores atrativos do país e é formado por crostas espessas de sal, da evaporação de lagos pré-históricos da região.
Não poderíamos deixar, em hipótese alguma de nos divertir fazendo inúmeras fotos que criam perspectiva dando asas à imaginação.
E uma parada pra um lanchinho, né.... Porque eu sou dessas...
Eu não poderia deixar de comentar que pude presenciar um lindo por do sol! São lembranças como esta que ficam em nossas memorias e nos fazer pensar no verdadeiro valor das coisas mais simples da vida!
Voltamos a cidade de Uyuni, jantamos com nossos novos amigos e pegamos o ônibus devolta a La Paz. Chegamos ao terminal rodoviário em La Paz por volta de 4:30, chamamos um Uber e fomos para o hotel descansar um pouquinho.
Já revigorados, de banho e café tomados, seguimos para a praça em frente a Catedral Metropolitana Nuestra Señora de La Paz, de onde partiria um “Walking Free Tour”.
Uma guia turística, devidamente credenciada sai com um pequeno grupo pela cidade, apresentando alguns pontos, contando histórias sobre os monumentos, histórias políticas, significados de religião e símbolos e com direito a um passeio pelo mercado de Bruxas!
Uma guia turística, devidamente credenciada sai com um pequeno grupo pela cidade, apresentando alguns pontos, contando histórias sobre os monumentos, histórias políticas, significados de religião e símbolos e com direito a um passeio pelo mercado de Bruxas!
O mercado de bruxas, na verdade são algumas ruas cheias de lojas que vendem inúmeros artigos místicos. O mercado é uma curiosidade local que atrai muitos turistas e faz parte da cultura Boliviana, lá você encontrará objetos de todo tipo, desde amuletos, roupas até ervas medicinais.
É importante deixar claro que esses animais não são mortos para a confecção desses amuletos, em cada parto de lhama é comum que ocorram abortos naturais e são esses fetos que eles utilizam nessa prática.
Depois desse passeio, pegamos o teleférico e fomos até a parte alta de La Paz.
A idéia era apenas ver a vista lá de cima e voltar. No entanto, estava pra começar um desfile de carnaval, então decidimos pegar uns petiscos e sentar ali mesmo na beira da rua, juntamente com a população local para assistir ao desfile.
Fizemos amizade com 3 lindas irmãzinhas que estavam por ali acompanhadas de seus pais e ali ficamos até cair a noite.
A idéia era apenas ver a vista lá de cima e voltar. No entanto, estava pra começar um desfile de carnaval, então decidimos pegar uns petiscos e sentar ali mesmo na beira da rua, juntamente com a população local para assistir ao desfile.
Fizemos amizade com 3 lindas irmãzinhas que estavam por ali acompanhadas de seus pais e ali ficamos até cair a noite.
Voltamos ao nosso hotel para dormir cedo, pois a aventura do dia seguinte exigiria bastante de nós: a descida de Bike pela rodovia da Morte! Mas isso, eu contarei com mais detalhes no próximo post!
Gostaria de encerrar esse post convidando vocês a pensar em algo que para mim faz muito sentido. Viajar não é só pra ticar o mapa para cumprir um "to do list"... é muito mais do que isso... é mergulhar na cultura local, é dar um pause na correria entre um ponto turístico e outro para conhecer melhor o seu destino e isso envolve conhecer pessoas! São momentos como este que me fazem voltar pra casa com a bagagem cheia de histórias e lindas lembranças!
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